Imprimir Resumo


Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 737-2

737-2

PROSPECÇÃO DE MICRORGANISMOS PARA O BIOCONTROLE DO FUNGO FITOPATOGÊNICO Sclerotinia sclerotiorum EM Glycine max

Autores:
Pedro Henrique Riboldi Monteiro (CBMAI/UNICAMP - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS) ; Natália Ferraz Bertachini Speltri (CBMAI/UNICAMP - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, CEA/UNESP RC - UNIVERSIDADE ESTADUAL “JULIO MESQUITA FILHO”) ; Thiago Ferreira Goncalves Delgado (AGROCERES BINOVA - AGROCERES BINOVA ) ; Dinalva Alves Mochi (AGROCERES BINOVA - AGROCERES BINOVA ) ; Celeste Paola D'alessandro (AGROCERES BINOVA - AGROCERES BINOVA ) ; Derlene Attili de Angelis (CBMAI/UNICAMP - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, CEA/UNESP RC - UNIVERSIDADE ESTADUAL “JULIO MESQUITA FILHO”) ; Fabiana Fantinatti-garboggini (CBMAI/UNICAMP - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS)

Resumo:
O Programa Nacional de Bioinsumos e a Lei da Biodiversidade potencializaram o mercado de biológicos, tornando os produtos biotecnológicos uma ferramenta de manejo a ser incluída nos sistemas de produção agrícola. O mercado de biodefensivos cresceu em média 37,5% ao ano, podendo aumentar em 71,2%, atingindo US$ 489,2 milhões de dólares até 2030. As áreas de plantio sob o regime de monocultivo aumentam a densidade populacional de agentes fitopatogênicos, causando um desequilíbrio no agroecossistema e podendo causar prejuízos produtivos. Uma das doenças mais agressivas para a cultura da soja é o mofo branco causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, que pode gerar perdas de até 60% na produção. A biotecnologia microbiana é uma estratégia sustentável que visa a prospecção de microrganismos selecionados para beneficiar as plantas. Neste contexto, o objetivo do estudo foi isolar, caracterizar e selecionar as bactérias endofíticas de soja como potenciais agentes de biocontrole de S. sclerotiorum. Plantas de soja cultivadas em plantio direto em Minas Gerais foram utilizadas para isolamento de bactérias no laboratório da CBMAI/UNICAMP. Os isolados foram obtidos de plantas sadias (PS) e doentes (PD) em fase de crescimento vegetativo e reprodutivo. Todos os compartimentos da planta foram considerados no estudo: rizosfera (Ri), raízes (Ra), parte aérea (Pa) (haste+folha), vagem e semente (V+S), vagem (V) e semente (S). Os compartimentos foram desinfestados, lavados e diluições seriadas de Ri (10-7 e 10-8), Ra (10-5 e 10-6) e Pa, V+S, V e S (10-3 a 10-4) foram semeadas nos meios de cultura LB, KB, TSA e R2A com ciclohexamida (50 mg/L). Foram obtidos 2.596 isolados, sendo 636 de Ra, 594 de Ri, 579 de V+S, 533 de Pa, 157 de S e 97 de V, e todos foram preservados em glicerol 30% a -80oC. Os meios de cultura que mais promoveram o crescimento dos isolados foram LB, R2A, TSA e KB na proporção de 775, 725, 621 e 475 respectivamente. Foram reativados 345 isolados, dos quais 305 foram submetidos ao teste qualitativo de antagonismos em meio DYGS, contra o isolado mais agressivo de S. sclerotiorum. Para o teste, foram riscadas as culturas em linhas paralelas e em polos opostos da placa e, após 24 h foi inoculada no centro da placa um disco de 5 mm contendo o micélio do fungo fitopatogênico, sendo as placas incubadas a 20oC por 7 dias. Os resultados indicaram que 132 isolados possuem de alto a médio potencial de controle, enquanto 78 apresentaram baixo potencial e 95 não conseguiram controlar. Foram selecionados 25 isolados com maior potencial de controle e caracterizados macro e microscopicamente. Os resultados indicaram 3 isolados com alto potencial de controle, 8 medianos, 5 com nenhuma capacidade e 9 não cresceram. O teste de antagonismo quantitativo foi realizado com os 11 isolados promissores em delineamento de blocos ao acaso, em arranjo fatorial 12 tratamentos (11 isolados + controle) em 2 meios de cultura (DYGS e BDA) com 6 repetições para cada tratamento. O crescimento bacteriano foi realizado individualmente em caldo, até uma OD = 0,5, a 28oC e 150 rpm de agitação. Posteriormente foi aplicada uma alíquota contendo 50 uL da solução em um canto da placa da bactéria, crescida por 24 h a 20oC, após esse período inoculou-se o disco de 5 mm contendo o micélio do fungo no polo oposto ao da bactéria, e as placas foram incubadas por mais por 7 dias. O maior potencial de controle foi obtido com 6 isolados, sendo 5 provenientes de PS e 1 de PD.

Palavras-chave:
 Bactérias Endofíticas, Bactérias Rizosféricas, Biocontrole, Biotecnologia Microbiana, Patógeno de Plantas


Agência de fomento:
AGROCERES BINOVA